A pauta da sustentabilidade é uma das emergências da contemporaneidade. Há tempos, já se sabe que investir no desenvolvimento sustentável do nosso planeta é uma ação que não rende frutos apenas no futuro, mas no presente também. Por isso, estamos acompanhando cada vez mais setores da sociedade aderindo a práticas mais ecológicas e menos danosas para a vida na Terra.
Com a moda não é diferente. Os números indicam que a indústria têxtil é um dos grandes agentes poluidores do ar: o segmento gerou 1,2 bilhão de toneladas de gases de efeito estufa em 2015, segundo o relatório A new textiles economy: redesigning fashion’s future. Além disso, estima-se que a indústria da moda seja responsável por um quinto da poluição global da água e um terço do descarte de microplásticos nos oceanos.
Contudo, o cenário não é de todo ruim, como aponta o relatório Pulse Index, produzido pela organizações sem fins lucrativos Global Fashion Agenda e Sustainable Apparel Coalition, em conjunto com o Boston Consulting Group. O documento constata que 60% de todas as empresas de moda no mundo já começaram a se mobilizar em prol da questão da sustentabilidade. Todavia, é com o restante das empresas, o percentual de 40% ainda não leva a pauta a sério, que precisamos nos preocupar.
Pensando nisso, a Office Collection reuniu 5 tendências que podem ajudar a promover práticas mais sustentáveis na indústria têxtil. Confira:
Para alcançar as tãos desejadas certificações e selos que reconhecem marcas alinhadas com a pauta da sustentabilidade, é preciso pensar e repensar toda a cadeia de produção. Além de utilizar materiais biodegradáveis nas confecções, escolher embalagens que não agridam o meio ambiente e modelos de negócio que respeitem leis trabalhistas e direitos humanos.
A empresa Dobra pode ser um bom ponto de referência para marcas que estão tentando adotar práticas mais sustentáveis. Além de fabricar tênis, carteiras e camisetas veganas, a organização ainda explica com didatismo como fez para alcançar seu estilo de produção.
Você sabia que a fabricação de apenas uma calça jeans consome 11 mil litros de água?
Está implícito nesse levantamento que a indústria da moda compactua com práticas de desperdício de recursos hídricos. É urgente a necessidade de se investir em estratégias de reutilização de água e técnicas de consumo mais eficientes desse bem. Essa reflexão é válida tanto para as empresas diretamente ligadas à indústria têxtil, como para as lavanderias que usamos para a higienização de tecidos e roupas.
Pensar em um presente e futuro mais sustentáveis não significa apenas reduzir o desperdício de recursos e investir em práticas ecológicas. A sustentabilidade também está presente na defesa, proteção e valorização da vida humana. Por isso, rever as relações de trabalho da sua marca também é imprescindível para aderir à pauta da sustentabilidade de forma plena.
A mesma consideração que se deve ter sobre o consumo de água deve ser estendida para o consumo de todos os tipos de matérias na indústria têxtil. Se a sua produção gera restos de tecidos e outros resíduos, por que não reciclá-los? Você pode reutilizá-los por meio de um projeto interno especialmente voltado para isso ou ainda doar esses resíduos para ONGs especializadas.
Outra pauta urgente da contemporaneidade é a relação das empresas com a infinita quantidade de dados que geramos. Respeitando as legislações e regulamentos referentes à privacidade e proteção de dados, é possível usar o Big Data, ou seja, essa coletânea de dados pessoais produzidos na Internet - e fora dela - para avaliar e repensar os ciclos de produção.
A tecnologia pode ser uma grande aliada da indústria da moda na busca por soluções sustentáveis, criativas e duradouras para seus problemas.